Conheça a autora de "Como a Neve" e "As Aventuras de uma Forasteira". A primeira teve crítica na segunda edição da Revista Rabisca. K Muniz fala de quando começou o gosto pela literatura, das suas inspirações e motivações. Antes de começarmos pela literatura, gostaríamos de conhecer um pouco da Keila Muniz. O que faz e de onde vem?
- Moro em Colniza. Sou mãe, esposa e escritora. Atualmente me dedicando a maternidade e a escrita. Redatora nas horas vagas e uma leitora voraz sempre que encontro um bom livro. Onde e quando surgiu o gosto pela literatura? - Entre a terceira ou quarta série (não tenho certeza) tinha uma professora que nos levava na biblioteca municipal que ficava na rua detrás da escola. Foi naquela sala de livros infantis, com prateleiras coloridas e desenhos da branca de neve e os sete anões nas paredes, foi ali que tudo começou. Quais foram as suas inspirações na hora de escrever “Como a Neve”? Como foi o processo criativo do conto? - Eu não costumo escrever contos, na verdade não consigo, terminar uma história curta é um desafio que só consegui uma única vez. Eu estava em casa sozinha e pensei "vou escrever um conto" sentei na frente do notebook e escrevi: era uma vez... O resto veio automaticamente, como se a história ja estivesse pronta, sendo contada em minha mente. Foi meio mágico na verdade kkkk. Foi o único conto que consegui escrever até hoje.
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Conheça a autora da obra "Resto de Vida", que teve crítica na quarta edição da Revista Rabisca. Eliza Edgar fala sobre o seu processo criativo, a origem do seu pseudónimo e ainda sobre a sua obra. Antes de começarmos com a literatura, conte-nos sobre si. Quem é Eliza Edgar? Pelo que percebi, trata-se de um pseudónimo. Fale-nos da sua origem.
- O pseudônimo passou a existir graças ao romance “Resto de Vida”. Escrevi-o descarregando conteúdos autobiográficos e histórias da minha família. Ainda que tudo isso esteja dissolvido no livro em forma de ficção, senti-me exposta demais, por isso criei o pseudônimo, que, a propósito, é a junção dos nomes dos meus filhos. Conte-nos como começou a sua viagem neste mundo das letras. Quando surgiu o gosto pela escrita? - Sei que é um clichê, mas começou muito cedo. Pequena, fui familiarizada com a leitura, comecei com quadrinhos da Disney e Turma da Mônica, não demorei para querer produzir os próprios quadrinhos; fazia na brincadeira, em casa e na escola. Depois vieram os livros da série Vagalume. O Cinema também foi um grande responsável pela minha formação, pois muitos filmes existem graças a romances, não? rs. Quando amava um filme, corria à biblioteca atrás do livro. Essa paixão pela leitura chegou até minha mãe, que me presenteou com um livro chamado “Heaven”, de V. C. Andrews. Era uma história de uma família muito pobre que vivia nas montanhas de uma região dos Estados Unidos; devido à situação de pobreza, o pai decide vender cada um dos cinco filhos. Após ler a história, apaixonei-me, consumi os demais trabalhos da autora. Coloquei na cabeça que, caso um dia escrevesse um livro, seria naquele estilo. Sobre a sua primeira história ou livro publicado: como foi a experiência e o que levou à sua escrita? - O primeiro oficialmente publicado foi “Resto de Vida”. O conto “A prima”, apesar de ter sido escrito primeiro, foi publicado depois. A publicação de “Resto de Vida” aconteceu graças ao incentivo de meus leitores beta (que, na época, eu nem sabia que se chamavam assim as pessoas que liam a história pra saber se estava boa, rs); eles leram e incentivaram-me a publicar. O que me levou a escrever foi a necessidade de passar para o papel o que perturbava minha cabeça. Conheça a escritora do conto "Blind Date", que recebeu crítica na coluna Escrita Perdida na terceira edição. Ela fala sobre o seu processo criativo, sobre a situação em que se encontra a literatura angolana e sobre o seus projetos literários. Antes de falarmos da literatura, gostaríamos de conhecer a Eri, ou Erimilsa. De onde vem, o que faz? - Sou angolana de 26 anos, atualmente a residir em Portugal. Sou mãe a tempo inteiro de duas terrivelmente adoráveis crianças. E sou mãe azul com muito amor e orgulho. Qual é o cenário da literatura angolana neste momento? Tem alguma informação? - Nunca verdadeiramente acompanhei o desenvolvimento da literatura angolana. Nos últimos tempos que me encantou foi o surgimento de muitos nomes jovens porém somente aqueles com melhores condições e contactos no exterior são capazes de publicarem uma obra. Onde e quando surgiu o gosto pela literatura? - Sempre fui muito sonhadora. Creio que começou assim, na insatisfação da realidade e ler. Comecei aprender a explorar mais o meu mundo e conhecer novos mundos. Portanto, tudo começou num sonho que saiu da mente para o papel. Confesso que passou por bonecas antes. Começou na plataforma Blogger, publicando pequenos contos, antes com artistas conhecidos e depois usando como protagonistas os próprios leitores. Como consegue essa inspiração, sem ter uma imagem das pessoas, uma representação física? - Sendo sincera, não tenho ideia de onde vem. Deixo a minha mente fluir no contexto que me é solicitado, e com a descrição física que tenho da personagem. Tenho sonhos muito reais, sempre tive desde criança. Por ser uma pessoa muito observadora e deixo-me levar muito pelas emoções e cenários, ponho-me na situação. Se eu fosse assim, se agisse assim, se estivesse nessa situação e o resto flui. Venceu alguns prémios dirigidos a histórias na plataforma Blogger, por exemplo, nas curtinhas “Blind Date”, criticada na 3ª edição da Revista Rabisca, e “Erros”, uma curtinha com o ex casal Zac Efron e Vanessa Hudgens. O que isso significou para si? - O número de emoções com esta questão fazem jus ao que senti ao receber prémios por essas curtinhas. "Erros" era um rascunho que tinha a imenso tempo numa pasta sem saber onde iria terminar. "Blind Date" wow! Blind Date é tudo que quero como escritora. Quando terminei eu disse é isso como leitora que eu quero ler e fui eu que escrevi já era muito para mim, Quando venci eu comecei logo a chorar, por mais que muitos possam pensar que é algo pequeno, para mim provocou a mesma emoção que quando segurei meu primogénito ao colo pela primeira vez, sem exageros, realizada me senti, orgulhosa." Eu criei isso". Leia a crítica ao conto "Blind Date" na coluna Escrita Perdida na 3ª Edição da Revista Rabisca: Aqui.
Deseja conhecer o restante da entrevista? Aproveite o nosso cantinho prémium rabiscado. A Revista Rabisca anunciou recentemente a parceria com a editora angolana Ésobrenós Editora. Neste artigo, entrevistamos um dos criadores da editora, Lucas Cassule. Antes de mais, agradecemos pela parceria e esperemos que cresça e que una ainda mais os escritores lusófonos. Diga-nos, antes de começarmos pela editora, quem é Lucas Cassule? - Lucas Cassule é o pseudônimo literário de Lucas Carlos João, um exímio apaixonado por livros, formado em engenharia informática e que descobriu na escrita, uma outra profissão. Actualmente, através de projectos de divulgação literária que havia desenvolvido, fui convidado a fazer parte de duas rádios, uma internacional, outra local, portanto também trabalho como locutor e por final, como editor na ésobrenós Editora. Como foi criada a Ésobrenós Editora? - A ésobrenós nasceu em 2020, decidimos fundá-la para acudir os autores angolanos, principalmente os mais jovens, que não têm grandes possibilidades e, às vezes, são obrigados a optarem por pequenas quantidades. Nós vivemos na pele as dificuldades que os autores enfrentam para ver o sonho do seu livro materializado, conhecemos os caminhos e decidimos criar essa editora que oferece uma conexão directa com o autor, porque entendemos que o nascimento de mais escritores é positivo para angola e para o património da língua portuguesa, portanto, o escritor para nós é mais do que um autor, é parte da família e o conceito da marca evidencia isso mesmo. Conte um pouco sobre os vossos autores, que tipo de livros publicam? Publicam todo o tipo de obras? Prosa e poesia? Ensaios? - Inicialmente queríamos publicar apenas prosa e poesia, mas atendendo às várias solicitações nos vimos obrigados a dar oportunidades a quem também tenha ensaios. Não incluímos ainda livros técnicos e não é provável que o façamos no futuro, queremos manter o foco na ficção. Os nossos autores são jovens, alguns deles estreiantes no mercado literário e tem sido desafiante trabalhar com eles, cada um com suas características, suas particularidades que agregam valor ao conjunto. Fale um pouco sobre os vossos profissionais, os vossos capistas, revisores, diagramadores, etc... - Nós trabalhamos com personalidades já maduras no mercado, alguns andaram em outras entidades desempenhando a mesma função, também temos parcerias com outras entidades dentre os quais, gráficas e designers para dar suporte ao nosso trabalho. Como se encontra a literatura angolana neste momento? - Eu costumo a dizer que a literatura angolana estava a viver um fenômeno importante, está a nascer muita gente com sede de escrever e publicar, há ainda pouca qualidade, a grosso modo, mas acredito que daí surgiram muitas referências para o futuro. O escritor angolano vive ainda muitos problemas, o acesso as fontes, o financiamento de obras e ausência de grandes meios de divulgação é ainda uma realidade muito dolorosa. Ainda assim, é um processo. Tem crescido o número de novos autores angolanos? Principalmente agora com a Covid 19? - Sim, penso que isso contribuiu bastante. As pessoas ficaram muito tempo em casa, outros perderam os seus empregos e começaram a se reinventar. Nasceu sim mais criadores nesta época. Acha que existe diferença entre a literatura angolana e as literaturas portuguesa e brasileira? Será que existe mais regionalismo?
- Eu penso que cada povo escreve o que vive, logo, existe e existirá sempre diferença e é isso mesmo que enfatiza o regionalismo. Cada povo com o seu, uns mais acentuados, outros um bocadinho mais aculturados, dependendo de cada realidade. Existe literatura portuguesa, existe literatura brasileira e existe literatura angolana. Mas será que existe, na sua opinião, a literatura lusófona? Ou acha que as pessoas ainda não leem um livro apenas porque é escrito em língua portuguesa? - Eu acho que a literatura transcende o idioma, porém a marca, os símbolos particulares de cada idioma de acordo a criação original sempre fica aí patente. O objectivo da Revista Rabisca é unir e expandir a literatura lusófona, que também é um objectivo da Ésobrenós Editora, correcto? A Editora também pretende chegar à Europa? - Nós desejamos contar a nossa história para o mundo, viajar para outro lugar como entidade e realizar actividades literárias, sim, queremos unir o mundo também... Conheça o restante da entrevista no nosso cantinho premium rabiscado. Conheça o autor do poema "Uma Lua Pintada Pelas Baratas" divulgado na coluna Letra Esquecida na terceira edição. Ele fala sobre o processo criativo da obra "Interpretação", lançada em 2017 pela Chiado Books e ainda sobre inspirações, entre elas o heterónimo Álvaro de Campos de Fernando Pessoa. Antes de mais, quem é o Nuno Valadas Cardoso? - Nuno Valadas Cardoso funciona como o meu meio principal (por enquanto) de expor o meu trabalho, engraçado que eu não queria ter Valadas, mas sim, Martiniano porém fui aconselhado a não usar por ser um nome desconhecido e estranho, apesar de ser o meu nome do meio. Agora se for Nuno Valadas Cardoso como pessoa, acho que sou uma pessoa simples, às vezes consigo ser um bocado constrangedor porque tenho o sentido de humor de um adolescente, mas fora isso sou normal. Acho. Como foi o processo criativo da obra “Interpretação”, lançada pela editora Chiado Books em 2017? - O processo criativo por detrás dessa obra em específico foi de observar as pessoas a viver as suas vidas, especificamente sentado nos bancos em frente ao centro de saúde à espera da minha mãe que me viesse buscar para ir para casa ou à porta do Lidl, às vezes era durante os intervalos das aulas, outras era durante as aulas. No fundo foi interpretar mundo à minha volta daí ter escolhido o nome interpretação, tem alguns poemas pessoais em que falo de mim e da minha vida, no fundo acaba por encaixar no tema porque acabei por interpretar os meus sentimentos também. Enviou para a Revista Rabisca um poema sobre o luar e as baratas. É um poema que pode causar algum desconforto para alguns leitores que têm uma aversão ao inseto. Considera-se um poeta que gosta de assustar com as palavras, que gosta de despertar outras reações que não o alívio, ou o prazer durante a leitura de uma poesia?
- Não. Eu de momento estou focado em ser honesto e sincero, ser eu. Eu vivo num prédio com problema de baratas e elas são uma presença constante na minha vida, não vejo o porquê de parar de escrever sobre seja o que for com medo de ofender seja quem for, se alguém não gostar pode simplesmente optar por não ler ou de virar a página, não tenho como objetivo ter um valor de choque no que escrevo, até porque (na minha opinião) esse poema é tudo menos chocante, aliás, acho que tem o seu charme. Que escritores ou obras utiliza como guias? Como inspirações? - Isso é uma pergunta boa e digo desde já que é batota perguntar as minhas inspirações, haha. Mas agora a sério, as minhas maiores inspirações são: Charles Bukowski e Álvaro de Campos. As minhas obras favoritas de Charles são: The last night of earth's poems, You get so alone sometimes it just makes sense, e Ham on Rye. E de Álvaro de Campos só li um livro de coleção de poemas do heterónimo. Leia o poema "Uma Lua Pintada Pelas Baratas" na coluna Letra Esquecida na 3ª edição da Revista Rabisca: Aqui. Deseja conhecer o restante da entrevista? Aproveite o nosso cantinho prémium rabiscado. |
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Aqui poderá encontrar excertos das diversas colunas da revista: Letra Esquecida, Centelha Curiosa, Escrita Perdida e Páginas no Escuro. Saiba mais aqui. Conheça novos rabiscos e novos autores! Todos os convidados da Revista Rabisca que tenham participado nas colunas Letra Esquecida e Centelha Curiosa têm direito a um "Crachá de Participação" se assim o desejarem. Comunique connosco caso queira recolher o seu.
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