A Revista Rabisca anunciou recentemente a parceria com a editora angolana Ésobrenós Editora. Neste artigo, entrevistamos um dos criadores da editora, Lucas Cassule. Antes de mais, agradecemos pela parceria e esperemos que cresça e que una ainda mais os escritores lusófonos. Diga-nos, antes de começarmos pela editora, quem é Lucas Cassule? - Lucas Cassule é o pseudônimo literário de Lucas Carlos João, um exímio apaixonado por livros, formado em engenharia informática e que descobriu na escrita, uma outra profissão. Actualmente, através de projectos de divulgação literária que havia desenvolvido, fui convidado a fazer parte de duas rádios, uma internacional, outra local, portanto também trabalho como locutor e por final, como editor na ésobrenós Editora. Como foi criada a Ésobrenós Editora? - A ésobrenós nasceu em 2020, decidimos fundá-la para acudir os autores angolanos, principalmente os mais jovens, que não têm grandes possibilidades e, às vezes, são obrigados a optarem por pequenas quantidades. Nós vivemos na pele as dificuldades que os autores enfrentam para ver o sonho do seu livro materializado, conhecemos os caminhos e decidimos criar essa editora que oferece uma conexão directa com o autor, porque entendemos que o nascimento de mais escritores é positivo para angola e para o património da língua portuguesa, portanto, o escritor para nós é mais do que um autor, é parte da família e o conceito da marca evidencia isso mesmo. Conte um pouco sobre os vossos autores, que tipo de livros publicam? Publicam todo o tipo de obras? Prosa e poesia? Ensaios? - Inicialmente queríamos publicar apenas prosa e poesia, mas atendendo às várias solicitações nos vimos obrigados a dar oportunidades a quem também tenha ensaios. Não incluímos ainda livros técnicos e não é provável que o façamos no futuro, queremos manter o foco na ficção. Os nossos autores são jovens, alguns deles estreiantes no mercado literário e tem sido desafiante trabalhar com eles, cada um com suas características, suas particularidades que agregam valor ao conjunto. Fale um pouco sobre os vossos profissionais, os vossos capistas, revisores, diagramadores, etc... - Nós trabalhamos com personalidades já maduras no mercado, alguns andaram em outras entidades desempenhando a mesma função, também temos parcerias com outras entidades dentre os quais, gráficas e designers para dar suporte ao nosso trabalho. Como se encontra a literatura angolana neste momento? - Eu costumo a dizer que a literatura angolana estava a viver um fenômeno importante, está a nascer muita gente com sede de escrever e publicar, há ainda pouca qualidade, a grosso modo, mas acredito que daí surgiram muitas referências para o futuro. O escritor angolano vive ainda muitos problemas, o acesso as fontes, o financiamento de obras e ausência de grandes meios de divulgação é ainda uma realidade muito dolorosa. Ainda assim, é um processo. Tem crescido o número de novos autores angolanos? Principalmente agora com a Covid 19? - Sim, penso que isso contribuiu bastante. As pessoas ficaram muito tempo em casa, outros perderam os seus empregos e começaram a se reinventar. Nasceu sim mais criadores nesta época. Acha que existe diferença entre a literatura angolana e as literaturas portuguesa e brasileira? Será que existe mais regionalismo?
- Eu penso que cada povo escreve o que vive, logo, existe e existirá sempre diferença e é isso mesmo que enfatiza o regionalismo. Cada povo com o seu, uns mais acentuados, outros um bocadinho mais aculturados, dependendo de cada realidade. Existe literatura portuguesa, existe literatura brasileira e existe literatura angolana. Mas será que existe, na sua opinião, a literatura lusófona? Ou acha que as pessoas ainda não leem um livro apenas porque é escrito em língua portuguesa? - Eu acho que a literatura transcende o idioma, porém a marca, os símbolos particulares de cada idioma de acordo a criação original sempre fica aí patente. O objectivo da Revista Rabisca é unir e expandir a literatura lusófona, que também é um objectivo da Ésobrenós Editora, correcto? A Editora também pretende chegar à Europa? - Nós desejamos contar a nossa história para o mundo, viajar para outro lugar como entidade e realizar actividades literárias, sim, queremos unir o mundo também... Conheça o restante da entrevista no nosso cantinho premium rabiscado.
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