Conheça o escritor Rúben Marques que participou em duas edições da Revista Rabisca, a quinta e a oitava, nesta coluna Centelha Curiosa! Antes de começarmos com a literatura, conte-nos sobre si. Quem é Rúben Marques? O que faz e de onde vem?
O meu nome é Rúben Marques e tenho 27 anos. Sou português, nasci e vivo numa pequena aldeia do concelho de Alcanena, chamada Louriceira. Atualmente, trabalho numa empresa de curtumes, algo que não tem relação alguma com o mundo da literatura. Como forma de ocupar o meu tempo, para além de ler e escrever, tenho gosto pela fotografia, algo que me ajudou bastante na escrita do segundo livro e como forma de olhar o mundo, gosto também de dar passeios pela natureza e ouvir música. Conte-nos como começou a sua viagem neste mundo das letras. Quando surgiu o gosto pela escrita? O gosto pela escrita surgiu na adolescência. Na composição de um teste de Português do 8º ano era necessário fazer um poema e, na entrega dos testes, a professora disse que iria ler um que se havia destacado. A início, não me passava pela cabeça que fosse o meu, porque não era algo que me sentisse confortável a fazer, mas sim, afinal era o meu poema. Esta situação colocou em mim a curiosidade de experimentar a escrever. Posso dizer que comecei primeiro a escrever e só depois a ler, no entanto, quando adquiri alguns hábitos de leitura a minha escrita aprofundou-se bastante. Sobre a sua primeira obra publicada: o que iniciou a sua escrita e como foi a experiência? O livro “Segredos Despertados” foi, acima de tudo, uma aventura e experiência. Eu tinha 17 anos, como tal, posso dizer que é um livro inocente, simplesmente queria ver se era possível eu publicar um livro. Foi certo que o consegui publicar, mas ocorreram alguns problemas, o primeiro era que eu ainda tinha grande inexperiência no ato de escrever, o segundo era que eu simplesmente nem sabia muito bem o que fazer para promover o livro e o último estava na parte da editora, que colocava um preço unitário alto e não divulgava o livro. Talvez hoje não o tivesse publicado, mas não me sinto arrependido, porque era um tempo diferente e este início tremido deu-me vontade para melhorar.
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O jantar prolongou-se pelo tempo e um ar ameno expirado pelas janelas, que demonstrava um verão em antecipação, atraiu-nos à varanda com as suas cadeiras, que mais se aproximavam da forma confortável das espreguiçadeiras. O café deu fio para a meada das conversas, umas mais redundantes, outras mais íntimas e íamo-nos deixando absorver pela noite, como ela fazia com todas as porções do mundo. O café já se tinha ido à muito e as palavras começaram a escassear, até nos contentarmos não só pelo embalo acolchoado das cadeiras, mas também pela altura daquele último andar. O breu da noite destinou os olhares a lançarem-se para o panorama noturno, dividido entre as estrelas a brilhar no céu, etéreas e distantes, e as luzes do quarteirão, mundanas e próximas, que se alteravam conforme as vivências quotidianas. A quietude foi-se adensando e imergimos, por uma fração de segundo, sob a forma de um transe melancólico, até uma nova respiração nos puxar de novo à superfície da realidade e perguntarmos se alguém, como nós, também estaria fixo nas estrelas, ou nos acontecimentos terrenos. A interrogação havia-nos direcionado para a fachada dos prédios: talvez não soubéssemos muito mais acerca das presenças que observávamos, do que das estrelas tão longe... Parecia que a vida nos lembrava como, no que toca a narrativas, o hábito nos acomoda ao lugar de protagonistas, enquanto, em segundo plano, outras existências se movimentam desfocadas. O semblante translúcido dos prédios transcendia-se numa montra do desenrolar complexo dessa mesma vida, ali arrumada simples e categoricamente. Deseja ler o restante do texto? Aproveite o nosso cantinho prèmium rabiscado.
Um Pedaço de Viagem, de Rúben Marques, é uma obra de Poesia. Conheça o enredo desta história nesta crítica na coluna Páginas no Escuro! Informações:Editora: Chiado Books
Ano de Publicação: Janeiro de 2018 Tamanho: 140 páginas Coleção: Prazeres Poéticos Género: Poesia Sinopse: Cada poema surge como um passo, que traça o caminho de “Um Pedaço de Viagem”, numa íntima relação entre a dimensão interior do poeta e o universo envolvente. Cada passo pontilha o percurso com expectativas, desejos, desilusões e revelações, sempre tendo o horizonte no olhar. |
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