Karingana é uma obra escrita por dois autores lusófonos. Conheça este livro nesta crítica na coluna Páginas no Escuro! Informações:Edição Atual: Ésobrenós Editora Ano de Publicação: 2021 Tamanho: 101 páginas Género: Mitologia, Literatura Angolana, Literatura Moçambicana Especial Parceria Sinopse: Karingana! É um livro de contos em duas mãos, onde dois autores de países distintos procuraram mostrar através dos seus pontos de vistas, baseando-se em suas experiências de vida, como parte integrante das sociedades onde estão inseridos, o comportamento das comunidades, com foco nas questões culturais, acontecimentos que envolvem rituais ou relembram as lendas antigas contadas de forma oral ao longo das gerações. Sem deixar de parte os factos pontuais da actualidade. Um projecto que começou a ser desenhado em 2020, chega finalmente às mãos do público leitor, um conjunto de quatro contos, dois para cada autor, daí a razão do subtítulo. A abordagem temática foi construída de forma livre com total liberdade a cada um dos autores em contar as verdades que acredita. Espera-se que ao lerem cada um dos contos neste livro, conheçam, mesmo que seja em detalhes minúsculos, os povos de Angola e de Moçambique, unidos por factores que vão além da língua portuguesa. Vale realçar, que as histórias contidas aqui são totalmente ficcionadas, qualquer semelhança com a realidade, seja pelos relatos ou acontecimentos, ou então pelas escolhas dos personagens, não passa de mera coincidência. Páginas no Escuro: Rabisco de Elisa Rodrigues “Karingana - 2 povos, 2 contos”, de Lucas Cassule e Leya Langa, é um livro de união cultural entre os povos angolano e moçambicano que procura promover as riquezas destas comunidades na literatura portuguesa. Contido em 101 páginas, o livro inicia com uma Dedicatória, transmitindo essa intenção, Agradecimentos e Notas de Editor. Está dividido em quatro contos, dois por cada autor, começando com um de Leya e alternando.
Leya trabalha os seus dois contos, explorando personagens femininas, a sua força interna, os seus sofrimentos. O primeiro conto “Matsangaissas” retrata um acontecimento ocorrido em 1977, durante o período da Guerra Fria. Uma mulher amamenta um bebé quando algo de terrível lhe acontece e ao seu filho. Não é um conto para mentes sensíveis. O seu segundo conto, o terceiro do livro, “Kucinga ou não cinga?” aborda a opressão feminina nos costumes tradicionais do povo. A personagem feminina fica viúva do marido ainda jovem e vê-se dividida entre os ensinamentos do seu marido e a tradição, entre o Cristianismo e os Antepassados, os seus desejos e os da família. Ambos os contos, no entanto, são atuais e universais, o seu formato mais básico aludindo à opressão feminina e violação de direitos e liberdades, onde muitas pessoas vão encontrar paralelos às suas realidades ou às que viveram ou presenciaram ao longo da vida. Enquanto que Lucas Cassule explora a mitologia nos seus dois contos. O primeiro conto, segundo do livro, “Kianda, o mistério do rio-preto” conta-nos sobre uma divindade aquática ou figura semelhante a sereia, muito presente na cultura angolana, tida como capaz de habitar qualquer corpo de água, desde rios e lagos a reservatórios. É um conto muito semelhante aos que ouvimos em crianças onde o objetivo final é a moral da história. Já o segundo conto de Lucas e último do livro, “O Dikixi”, toma uma abordagem mais fantástica, falando-nos de um ser monstruoso capaz de tomar a forma humana. Além disso, traz-nos um pouco sobre alguns rituais tradicionais angolanos. No final de tudo, é nos apresentado um Glossário com todas as palavras que Portugal e Brasil poderão não conhecer, embora a simplicidade da escrita permita a compreensão dos contos sem recorrer constantemente a este. É uma excelente introdução às duas culturas devido à sua fácil e rápida leitura. Aproveite o nosso cantinho prèmium rabiscado. Link: Livro.
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