Sozinha numa linha tênue,
Suor das letras! Meu peso é como um barco que rema, E morre na correnteza! Eu morri esperando pessoas, E me rasgando no mar de alfabetos, Falei como a sereia, Falhei como a pesca. Deseja ler o restante do poema? Aproveite o nosso cantinho prèmium rabiscado.
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Após os quatro anos estudando na Califórnia, Tomás Batista volta ao colégio para ajudar o seu pai a treinar o time. Ele e sua Vanessa Lopes estavam namorando firme e ele ia uma vez por semana para a cidade dela para fazer algum programa com ela: iam ao teatro, ao cinema, comiam uma pizza, dançavam e passavam horas conversando sobre os assuntos da faculdade que estavam cursando, os amigos - novos e antigos - e o quanto se gostavam e “pretendiam” se casar.
Ao entrar no Hall do colégio que estudara desde o seu primário, olhou para as paredes e o mural - tudo estava como antes. Exceto, por uma ressalva, quando verificou os anúncios sobre os novos colegas e professores da escola, viu o nome de Joana Soares como professora de Teatro, Ricardo Soares como professor de Expressão Corporal, a Carina Mendes como professora de Música, Teresa Matias dando aulas de Física e de Matemática, Carlos Daniel como professor de Educação Física, João Silva como o professor de Inglês e Espanhol, a Mariana Castro como professora de Biologia e, para sua alegria, ele não deixou de sorrir ao ver que “Vanessa Lopes” era a nova professora de Química da escola. - Ai, não vejo a hora de reencontrar a Vanessa aqui! Não a vejo desde o começo do verão! - pensou andando em direção à sala dos professores. Cumprimentava todos que sorriam cordiais para ele. Enquanto caminhava, ele notou diversos olhares femininos e alguns suspiros das alunas novas... Deseja ler o restante do texto? Aproveite o nosso cantinho prèmium rabiscado. Não me sinto zangada. Não sinto raiva. Não estou realmente irritada. Às vezes é difícil entender e gerir as nossas emoções. Não entendemos, geralmente, como nos sentimos, ou o que é suposto sentir, ou até mesmo responder a alguém como estamos.
Raramente, no cantinho pessoal, permiti-me sentir tudo. Às vezes não sinto, outras vezes sinto tudo. Talvez me sinta, às vezes, frustrada. Frustrada por sentir que estava indo bem, mas não foi o suficiente. Às vezes, precisamos de libertar a mente dos pensamentos, das perguntas dos outros. Há quem esteja à vontade de escrever coisas no diário ou bullet journal (que é o que está na moda). De qualquer forma, o ser humano gosta de partilhar as suas emoções e pensamentos, mesmo que seja consigo próprio. No meu caso, prefiro escrever em textos soltos. E foi o que fiz aqui. Gosto de ser uma anónima, poucos conhecem os meus textos. Não partilho coisas pessoais demais, talvez apenas sentimentos que eu penso que qualquer um de nós poderá um dia ter e sentir. Agora não sei o que faço, ou não sei o que estou fazendo... Deseja ler o restante do texto? Aproveite o nosso cantinho prèmium rabiscado. A garota magricela virou a cabeça e olhou fixamente para Cristina Matos com os seus grandes olhos vazios.
- Deixe-me em paz. Estou cansada demais para continuar falando. Cristina contemplou com ar preocupado a frágil adolescente sentada à sua frente. Joana Oliveira tinha sido ridicularizada pela milésima vez pelo grupo dos populares. Foi quase que obrigada pela diretora a vir à sala de psicologia. Cristina conseguia distinguir cada uma das costelas daquela jovem de dezassete anos por baixo de sua camisa. Tinha as faces cavadas e o cabelo castanho. Nesse momento veio à sua memória uma garota da mesma idade de Joana, Maria, uma garota que não teve tempo de ser "segurada". Cristina teve que dominar um sentimento de pânico. "Você fez tudo o que pôde pela Maria" - recordou para si mesma - "Era demasiado tarde para ela. Você não teve culpa". Mas era difícil se convencer. Cristina ainda acordava a meio da noite com pesadelos acerca de Maria, com os seus grandes olhos enterrados cheios de acusações. - Joana? - disse Cristina com gentileza - Me deixa te fazer uma pergunta. Consegue me dizer o que seria preciso para querer viver? - Eu não disse que não queria viver. - protestou a garota numa voz monótona, tão fraca que mal se ouvia - Só tenho de vigiar minha ingestão de alimentos porque estou demasiado gorda. Por isso é que eu sou ridicularizada por eles. Cristina hesitou, escolhendo a sua resposta com todo o cuidado. Com vinte e cinco anos tinha o doutoramento em psicologia, mas aquele lugar na escola era o seu primeiro emprego a tempo inteiro. Deseja ler o restante do texto? Aproveite o nosso cantinho prèmium rabiscado. Era o primeiro dia de aulas, 16 de Setembro. Ana, Inês e Mariana estavam a entrar na escola.
- Então, Inês? Escola nova, como te sentes? - perguntou Ana. - Estou na mesma. - respondeu ela sem qualquer emoção. Ana se virou para a Mariana vendo que a Inês não estava muito animada. - Então, Mari, me diz, esta escola é boa para a Inês, não é? Mariana estava desatenta. Estava olhando para outro lado. - Mariana? - chamou Ana. Ela se assustou. - Que susto. Sim. O que é? - A Inês é nova na escola. Temos que a ajudar. - A Inês se arranja. Ela irá sempre ser rebelde. Não importa onde esteja. - A Marina é que tem razão, Ana. Me deixa. Eu encontro alguma forma de conhecer a escola. - disse Inês. Elas riram. - E tu, Mari? Vai deixar de ser nerd? Vai deixar de estar sempre colada nos livros? - perguntou Ana. - Claro que não. Tu me conhece bem. - disse Mariana, séria. - E a Aninha sempre “comendo” meninos. - disse Inês. - Não há mais nada que fazer. - disse Ana, encolhendo os ombros. Inês e Mariana riram. - Vocês sabem que a gente é muito diferente. A Inês é a rebelde que nunca estuda, a Mari é a nerd e eu sou... bem... sou eu. É uma perfeita combinação de amizade. – disse Ana, rindo. Deseja ler o restante do texto? Aproveite o nosso cantinho prèmium rabiscado. |
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