Dormi pouco e mal e trato mal os homens da brigada naquela manhã cinzenta e pesada de Inverno.
Sei que estou a ser injusto, estamos a explorar todas as pistas possíveis, mas o caso está num impasse. O que é que o Inspector Leandro faria nesta situação? Sobressalto-me, pois há anos que não penso no meu mentor, um homem inteligente, calmo, que exigia o melhor de nós. E eu... eu não estou a dar o meu melhor, nem a ajudar os meus homens a encontrar o equilíbrio. Por isso, tal como o Leandro fazia quando isto acontecia, volto ao princípio. Quem é realmente a vítima? Porque é que estava naquela zona e àquela hora? Leio novamente os depoimentos das testemunhas que afirmam que não sabem quem é, nunca a viram na zona, têm a certeza de que não entrou no bar. A família descreve-a como uma mulher discreta, pouco dada à vida nocturna, por isso não compreendem porque é que apareceu morta num beco perto de um bar. Abro a porta do gabinete, grito pelo meu sargento, quero esclarecer alguns detalhes. O Meireles não tem mais que quarenta anos, veste-se sempre de preto, talvez porque é ruivo e tem olhos verdes. É pouco falador e fico admirado quando descubro que é motard, que adora a velocidade. Temos que voltar àquela zona, alguém a deve ter visto, alguém está a mentir, insisto, temos que encontrar uma razão para ela estar lá naquele dia, àquela hora. Oh, Inspector, já reviramos a zona, interrogamos toda a gente vezes sem conta e todos afirmam que não a conhecem, explica o Meireles pacientemente. De qualquer modo, vamos lá voltar, alguém está a mentir, repito e o Meireles suspira. Vamos lá agora? Não adianta nada, o bar ainda deve estar fechado, pergunta e eu suspiro, esqueci-me que são dez da manhã. Ok, vamos verificar novamente as contas bancárias, o telemóvel, o e-mail pessoal, decido, vamos também à empresa onde trabalhava, alguém pode ter-se lembrado de alguma coisa, entretanto. O Meireles olha-me como se eu tivesse enlouquecido, mas não se atreve a contrariar-me e dá as instruções necessárias aos outros detectives. Resolvo visitar a mãe da vítima que fica muito surpreendida quando me vê entrar na loja de flores que gere. É uma senhora ainda nova, mas leio uma grande tristeza no seu olhar, parece que desistiu de viver, está apenas presente fisicamente. Mas eu já disse tudo, Inspector, era muito raro a Juliana sair à noite, esclarece. Não poderia ter conhecido alguém e não lho ter dito? observo e a Mãe da Juliana olha-me surpreendida... Deseja ler o restante do texto? Aproveite o nosso cantinho prémium rabiscado.
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Laços de Sangue, de Amanda, é uma fanfic da série televisiva e livros Os Diários do Vampiro (The Vampire Diaries). Informações:Plataforma Utilizada: Blogger Estado: Concluído Tamanho: 21 Capítulos Categoria/Género: Fanfic, Ficção, Romance, Sobrenatural Aviso(s): Conteúdos sexuais, violência Sinopse: Mystic Falls...não,não irei falar sobre a duplicata Petrova e sua relação amorosa com dois irmãos,o foco da nossa história é outro... Finalmente paz em Mystic Falls,nada de Katherine...nada de Silas...e Klaus não é mais um problema, tudo estava em perfeita harmonia até a chegada de novos vampiros na cidade.Esses "visitantes" estão causando problemas e ninguém sabe o que desejam,o pior...ninguém sabe como são.No meio dessa confusão,memórias serão desenterradas juntamente com sentimentos que Natasha pensava ter esquecido.Mas no final cabeças terão que rolar...só resta ela decidir,quais. Escrita Perdida: Rabisco de Elisa Rodrigues Laços de Sangue, de Amanda, caracteriza-se por um bom enredo ou ideia literária e uma não tão boa execução. Irei explicar esta minha afirmação, talvez um pouco polémica, ao longo desta crítica, pelo que peço a leitura até ao fim antes de me crucificarem.
Quando penso em Fanfics, o meu primeiro pensamento é o que me leva a evitá-las como “o Diabo foge da cruz”: a péssima gramática e pontuação ao longo de toda a sua extensão. E, sem mentir, esta história não escapa ou é imune a este problema. Começa logo na sinopse, não há como negar. Tendo em consideração que esta história foi publicada por uma, possivelmente, Amanda adolescente em 2013-2014, é correto dizer que não terá havido o cuidado que a autora hoje poria na sua escrita. Tal como, qualquer texto ou história que eu escrevi há dez anos atrás não seria igual se a escrevesse hoje, colocaria ênfase noutros aspetos diferentes, por exemplo. Contudo, como esta versão “descuidada” é a que está disponível para leitura, é esta versão que irei considerar e criticar. Temos uma escrita minimalista, dominada por diálogo, num formato muito comum de Fanfics mas que torna a leitura um pouco difícil na sua generalidade. Diria até que lembra mais um guião, tornando Laços de Sangue pouco acessível para o público em geral. A pontuação é pobre, como referida anteriormente, com predominância de vírgulas e reticências em lugar de pontos finais, por exemplo... Deseja conhecer o restante da crítica? Aproveite o nosso cantinho premium rabiscado. Link: Blogger. Sapatinhos Vermelhos, de Hunter Pri Rosen, é um conto de drama divulgado na plataforma Nyah! Fanfiction. Conheça o enredo desta história nesta crítica da coluna Escrita Perdida! Informações:Plataforma: Nyah! Fanfiction Tamanho: 1 capítulo com 200 palavras Categoria: Original Tipo: Conto Género: Drama Escrita Perdida: Rabisco de Diana Pinto Sapatinhos Vermelhos, de Hunter Pri Rosen, é um conto de drama. O tema é Setembro Amarelo. Conta a história de uma mãe em luto que reflete sobre a batalha que o filho travou em silêncio contra a depressão. A mãe narra o que sente. Ela recorda os sapatinhos vermelhos do filho. Lembram-na de um tempo bom, quando ela era capaz de o proteger de todos os males do mundo. Ela lembra-se da maternidade, quando saiu levando-o nos braços. Ele estava com esses sapatinhos. Ela revela que sapatinhos vermelhos em recém-nascidos simbolizam saúde; um dos principais desejos que uma mãe sonha para a sua cria... Deseja conhecer o restante da crítica? Aproveite o nosso cantinho prémium rabiscado. Link da autora: História.
Estou a deixar...
Estou a deixar de ser tudo o que sou, para ser o que sonho e que escrevo. Não quero entreter mais ninguém, quero apenas distrair a dor alheia, esperando que a minha se vá entreter com as dos outros, para que possa sonhar contigo um bocadinho separado dela. Estou a deixar... Estou a deixar de agradar aos abutres, para que me larguem o telhado... estou a abrir um pouco a cortina e a espreitar... espreitar para escolher de vós aqueles que procuram entender a felicidade dos pássaros, e trazer-vos para dentro de mim um pouco...nada melhor que um pássaro engaiolado para se entender o que um pássaro não é... Estou a deixar... Deseja ler o restante do texto? Aproveite o nosso cantinho premium rabiscado. A Revista Rabisca anunciou recentemente a parceria com a editora angolana Ésobrenós Editora. Neste artigo, entrevistamos um dos criadores da editora, Lucas Cassule. Antes de mais, agradecemos pela parceria e esperemos que cresça e que una ainda mais os escritores lusófonos. Diga-nos, antes de começarmos pela editora, quem é Lucas Cassule? - Lucas Cassule é o pseudônimo literário de Lucas Carlos João, um exímio apaixonado por livros, formado em engenharia informática e que descobriu na escrita, uma outra profissão. Actualmente, através de projectos de divulgação literária que havia desenvolvido, fui convidado a fazer parte de duas rádios, uma internacional, outra local, portanto também trabalho como locutor e por final, como editor na ésobrenós Editora. Como foi criada a Ésobrenós Editora? - A ésobrenós nasceu em 2020, decidimos fundá-la para acudir os autores angolanos, principalmente os mais jovens, que não têm grandes possibilidades e, às vezes, são obrigados a optarem por pequenas quantidades. Nós vivemos na pele as dificuldades que os autores enfrentam para ver o sonho do seu livro materializado, conhecemos os caminhos e decidimos criar essa editora que oferece uma conexão directa com o autor, porque entendemos que o nascimento de mais escritores é positivo para angola e para o património da língua portuguesa, portanto, o escritor para nós é mais do que um autor, é parte da família e o conceito da marca evidencia isso mesmo. Conte um pouco sobre os vossos autores, que tipo de livros publicam? Publicam todo o tipo de obras? Prosa e poesia? Ensaios? - Inicialmente queríamos publicar apenas prosa e poesia, mas atendendo às várias solicitações nos vimos obrigados a dar oportunidades a quem também tenha ensaios. Não incluímos ainda livros técnicos e não é provável que o façamos no futuro, queremos manter o foco na ficção. Os nossos autores são jovens, alguns deles estreiantes no mercado literário e tem sido desafiante trabalhar com eles, cada um com suas características, suas particularidades que agregam valor ao conjunto. Fale um pouco sobre os vossos profissionais, os vossos capistas, revisores, diagramadores, etc... - Nós trabalhamos com personalidades já maduras no mercado, alguns andaram em outras entidades desempenhando a mesma função, também temos parcerias com outras entidades dentre os quais, gráficas e designers para dar suporte ao nosso trabalho. Como se encontra a literatura angolana neste momento? - Eu costumo a dizer que a literatura angolana estava a viver um fenômeno importante, está a nascer muita gente com sede de escrever e publicar, há ainda pouca qualidade, a grosso modo, mas acredito que daí surgiram muitas referências para o futuro. O escritor angolano vive ainda muitos problemas, o acesso as fontes, o financiamento de obras e ausência de grandes meios de divulgação é ainda uma realidade muito dolorosa. Ainda assim, é um processo. Tem crescido o número de novos autores angolanos? Principalmente agora com a Covid 19? - Sim, penso que isso contribuiu bastante. As pessoas ficaram muito tempo em casa, outros perderam os seus empregos e começaram a se reinventar. Nasceu sim mais criadores nesta época. Acha que existe diferença entre a literatura angolana e as literaturas portuguesa e brasileira? Será que existe mais regionalismo?
- Eu penso que cada povo escreve o que vive, logo, existe e existirá sempre diferença e é isso mesmo que enfatiza o regionalismo. Cada povo com o seu, uns mais acentuados, outros um bocadinho mais aculturados, dependendo de cada realidade. Existe literatura portuguesa, existe literatura brasileira e existe literatura angolana. Mas será que existe, na sua opinião, a literatura lusófona? Ou acha que as pessoas ainda não leem um livro apenas porque é escrito em língua portuguesa? - Eu acho que a literatura transcende o idioma, porém a marca, os símbolos particulares de cada idioma de acordo a criação original sempre fica aí patente. O objectivo da Revista Rabisca é unir e expandir a literatura lusófona, que também é um objectivo da Ésobrenós Editora, correcto? A Editora também pretende chegar à Europa? - Nós desejamos contar a nossa história para o mundo, viajar para outro lugar como entidade e realizar actividades literárias, sim, queremos unir o mundo também... Conheça o restante da entrevista no nosso cantinho premium rabiscado. |
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Aqui poderá encontrar excertos das diversas colunas da revista: Letra Esquecida, Centelha Curiosa, Escrita Perdida e Páginas no Escuro. Saiba mais aqui. Conheça novos rabiscos e novos autores! Todos os convidados da Revista Rabisca que tenham participado nas colunas Letra Esquecida e Centelha Curiosa têm direito a um "Crachá de Participação" se assim o desejarem. Comunique connosco caso queira recolher o seu.
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